Ativistas iniciam campanha pela liberdade dos brasileiros-palestinos sequestrados por “israel”
Coletivo Palestina Livre da Baixada Santista produziu um manifesto com abaixo-assinado e um panfleto, o qual já foram distribuídas 2 mil cópias; grupo busca articular uma campanha nacional envolvendo outros comitês de solidariedade ao povo palestino

Membros do Coletivo Palestina Livre da Baixada Santista após panfletagem pela libertação dos sequestrados por "israel". (Foto: Coletivo Palestina Livre - BS)
O Coletivo Palestina Livre da Baixada Santista iniciou, em abril, uma campanha que pretende ser nacional em defesa da liberdade dos brasileiros-palestinos sequestrados por “israel”. A campanha tem dois eixos: a difusão da informação sobre o caso, com a distribuição de milhares de panfletos nas ruas; e a elaboração de um manifesto em formato de abaixo-assinado a ser entregue ao governo brasileiro.
Os materiais (impressos e online) denunciam as condições desumanas a que estão submetidos os cidadãos brasileiros nas masmorras sionistas e exige justiça pela morte do jovem Walid Khaled Abdalla Ahmad, de 17 anos. O documento, intitulado “Manifesto de Brasileiros e Brasileiras pela Vida e Libertação dos Nossos Compatriotas Prisioneiros do Estado de Israel”, cita princípios constitucionais brasileiros, como a prevalência dos direitos humanos e a solução pacífica de conflitos, para exigir ação do Estado brasileiro.
“Nós decidimos criar essa petição porque, mesmo que sejamos um coletivo regional, que faz o trabalho de conscientização e agitação com os trabalhadores locais, também podemos pressionar as autoridades nacionais, além de influenciar os outros coletivos pela Palestina do resto do país a seguirem o nosso exemplo”, afirma Caio Roma, um dos membros do coletivo. A petição (com a íntegra do manifesto) pode ser assinada aqui.
Morte de jovem brasileiro sob custódia “israelense”
O manifesto menciona a morte de Walid Khaled Abdalla Ahmad, ocorrida na prisão “israelense” de Megido, destacando a gravidade do caso. Segundo o Itamaraty, o adolescente, residente na Cisjordânia, foi detido em setembro de 2024 e transferido para o cárcere “israelense”, onde veio a falecer. A Fepal confirmou que a autópsia revelou que a morte foi causada por “fome, desidratação por diarreia induzida por colite e complicações infecciosas, tudo agravado por desnutrição prolongada e privação de intervenção médica”.
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Além de Walid, outro jovem brasileiro, Salah Al-Din Yasser Hamad, de 17 anos, está sofrendo maus-tratos na prisão de Ofer, como revelou reportagem da Fepal. O manifesto acusa “israel” de submeter os presos a condições degradantes, violando normas internacionais de direitos humanos e cometendo crimes de guerra.
Denúncia de violações e exigências ao Estado Brasileiro
O texto critica a política sionista não apenas em relação aos prisioneiros, mas também ao genocídio na Palestina, citando bombardeios a civis, hospitais e escolas, além do bloqueio a ajuda humanitária, o que já matou mais de 62 mil pessoas em Gaza. Os signatários exigem que o Brasil atue de forma enérgica para:
1. Garantir a libertação e proteção dos brasileiros presos;
2. Investigar e responsabilizar os envolvidos na morte de Walid;
3. Apoiar um cessar-fogo imediato e o fim da ocupação “israelense” na Palestina.
Nathalia Facion, outra organizadora do coletivo, destaca a necessidade de informar a população brasileira sobre a situação dos sequestrados e dos habitantes de Gaza, dizimados pela máquina de extermínio sionista. “O poderio de narrativas está nas mãos dos nossos algozes, e é com o objetivo de lutar contra a violência ao povo árabe-palestino e a disseminação do projeto sionista colonial que nós atuamos e estamos puxando a petição pela libertação dos brasileiros que estão nas masmorras israelenses”, conta.
Somado ao manifesto, o coletivo elaborou e imprimiu um panfleto para ser distribuído primeiramente na Baixada Santista e, conforme a campanha vá se espalhando para o Brasil, também nas outras cidades e estados do país. Cerca de 2 mil cópias já foram distribuídas nos primeiros dias da campanha, incluindo na manifestação local do 1° de Maio. O panfleto também denuncia a situação que levou à morte de Walid e aos maus-tratos de Salah. “Seus pais mal o reconhecem: está extremamente magro, desnutrido e sobrevivendo em condições brutais”, diz o texto. O coletivo afirma que Salah está em um “campo de concentração militar onde presos sofrem torturas diárias, incluindo choques elétricos – e muitos já morreram”.
O panfleto vai além dos casos individuais e conecta a situação dos brasileiros ao extermínio mais amplo cometido por “israel” na Palestina. “Antes de Walid, Israel já havia matado outras crianças e adolescentes brasileiros”, cita o texto, mencionando Fátima Abbas (1 ano), Ali Kamal Abdallah (15 anos) e Myrna Raef Nasser (16 anos).
O coletivo acusa “israel” de promover um genocídio em Gaza e denuncia a cumplicidade de potências ocidentais: “Tudo isso é feito com o apoio incondicional dos Estados Unidos e das potências europeias. Os governos desses países também têm suas mãos sujas de sangue palestino – e agora, brasileiro”.
“O Brasil não pode ficar em silêncio!”
Diante do que classificam como uma “emergência humanitária”, os ativistas exigem do governo brasileiro: 1) Resgate imediato dos presos brasileiros; 2) Rompa relações diplomáticas com Israel; 3) Mobilize a comunidade internacional contra as violações.
Salah Mohamad Ali, representante da comunidade árabe da Baixada Santista e membro do coletivo, afirma que “prender e tratar essas pessoas de uma forma cruel e criminosa, proibindo contatos com eles e até mesmo impedir que tenham acesso a remédios e tratamento hospitalar é uma norma adotada pelos carcereiros e pelas forças de segurança de Israel”.
Ele acrescenta que, ao deter os cidadãos brasileiros, inclusive assassinando um deles, colocando-os ao lado de outros 10 mil palestinos sequestrados para as masmorras sionistas (contando crianças e mulheres), “israel” está fazendo com que os cidadãos brasileiros, ao lado da comunidade árabe e palestina, comecem a se mobilizar em todo o país.
“A comunidade árabe no Brasil deseja que o governo brasileiro pressione o regime sionista para soltar os onze brasileiros imediatamente. Pedimos também que nossa comunidade continue se manifestando para terminar com o cerco criminoso, o genocídio, a limpeza étnica, a guerra de agressão e à imigração forçada, bem como para liberar a entrada de remédios, alimentos e água para a Faixa de Gaza e acabar com a política de destruição e matança na Cisjordânia e no restante da Palestina”, conclui.
Outro ativista do Coletivo Palestina Livre da Baixada Santista, Fábio Lopes, destaca a coragem e a relevância da campanha, que fortalece a “construção consistente de uma sólida frente de resistência ideológica, agitação e propaganda política em prol do destemido, inquebrantável e resiliente povo palestino”.
O texto do panfleto da campanha afirma ainda que, “mesmo sem brasileiros envolvidos, já seria dever moral agir. Mas cidadãos do Brasil estão sendo torturados e mortos por Israel”. O coletivo anuncia uma campanha nacional para pressionar autoridades e conscientizar a população, com o lema: “Liberdade já para os brasileiros nas masmorras israelenses!”.
O movimento planeja articular ações com os outros coletivos e comitês de solidariedade à Palestina, sugerindo uma plenária nacional para organizar a campanha e distribuir os materiais a milhões de pessoas Brasil afora. “Agora é preciso intensificar a campanha para forçar o governo a resgatar nossos cidadãos”, afirma o texto.
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