Homenagem na ALRS tem mensagem à ONU e resposta à tentativa de censura

Em atividade alusiva ao Dia de Solidariedade ao Povo Palestino no parlamento gaúcho, diretoria da FEPAL pede medidas efetivas contra apartheid e desmente acusações de grupos sionistas sobre exposição aberta na Casa

27/11/2019

A diretoria da FEPAL participou na manhã desta quarta-feira (27) de reunião da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O encontro, alusivo ao Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, teve a participação de parlamentares amigos da Causa como Sofia Cavedon e Luciana Genro, além do ex-deputado Raul Carrion.

Membros da comunidade vindos de vários pontos da Região Metropolitana de Porto Alegre acompanharam a leitura da deputada Sofia Cavedon de uma carta endereçada ao secretário geral da ONU, António Guterres. O documento, redigido pela FEPAL, reafirma os princípios de paz e humanismo que balizaram a criação do órgão no pós-Segunda Guerra Mundial e cobra medidas efetivas para que o processo de limpeza étnica perpetrado pelo Estado de Israel seja freado.

No seu discurso, o presidente da FEPAL, Ualid Rabah, comparou o processo de colonização israelense dos territórios palestinos ao regime de apartheid da África do Sul. Ele reforçou que – assim como foi feito no caso do país africano – é fundamental que as Nações Unidas passem a liderar a comunidade internacional para que suas próprias resoluções sejam respeitadas e crimes de lesa humanidade sejam punidos.

“O regime de segregação racial na África do Sul, uma das coisas mais abjetas que vimos na História recente da humanidade, foi superado com a mobilização da comunidade internacional, da sociedade civil, dos Estados membros da ONU e da própria ONU. A mesma coisa deve ser dar para a resolução de todos os problemas que impliquem em crimes de lesa humanidade, dentre eles a Questão Palestina”, disse.

Tentativa de censura à exposição palestina na Casa

Tanto os parlamentares presentes como o dirigente palestino condenaram as tentativas de grupos minoritários de censurar a exposição “Palestina: da Limpeza Étnica à Resistência e Reconhecimento Internacional”, aberta para visitação pública desde segunda-feira (25) na ALRS.

“Se o racismo e a tentativa de subordinação de nações e povos são uma atividade global – difundidas a partir de centros dominantes – seu discurso também tem que ser global. Portanto, não nos espanta que tenham tentado calar a voz palestina aqui também. Em momento algum se tentou ultrapassar os limites da legalidade internacional, da ética e da moral”, esclareceu Ualid.

Segundo ele, que esteve acompanhado de sua vice, Fatima Ali, o objetivo da exposição é divulgar ao máximo as injustiças históricas cometidas na Palestina ao mesmo tempo em que se buscar ampliar o diálogo para a construção da paz na região. Uma nota de esclarecimento rebatendo acusações infundadas e atestando a veracidade do conteúdo exposto foi entregue ao superintendente geral da AL, Alvaro Panizza Salomon Abi Fakredin, que estava representando o presidente da Casa, Luís Augusto
Lara.

A mostra, uma parceria entre a FEPAL e os gabinetes do deputado Luiz Fernando Mainardi e da deputada Sofia Cavedon, reúne uma série de cartazes com textos informativos e depoimentos públicos de figuras célebres – como Albert Einstein, Nelson Mandela, Al Pacino e Roger Waters – denunciando os crimes de Israel contra os palestinos.

Dia de Solidariedade ao Povo Palestino

A Organização das Nações Unidas reconhece o dia 29 de novembro como o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino. Nesta mesma data, só que em 1947, a Assembleia Geral da ONU aprovou – sem consulta prévia à população palestina – o Plano de Partilha da Palestina.

A Resolução 181, que deu origem ao texto, previa a criação de dois estados: um judeu e um árabe, com uma divisão de terras desproporcional que beneficiava a minoria de imigrantes recém-chegada. Mesmo que nunca tenha sido implementada, essa resolução abriu espaço para que milícias sionistas invadissem os territórios palestinos, matassem milhares e expulsassem cerca de 750 mil cidadãos de seus lares, para que então se autoproclamassem um Estado.

Numa tímida mea-culpa após reiteradas demonstrações de desprezo ao direito humanitário internacional por parte de Israel e seus aliados, em 1977 a ONU decide criar a data. Desde então, os palestinos do mundo todo aproveitam a ocasião para cobrar da comunidade internacional medidas efetivas que ponham fim à ocupação militar israelense e finalmente reconheçam a independência e a autonomia de um Estado Palestino.

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