Líderes da Igreja de Jerusalém dizem que mudar a embaixada do Reino Unido para Jerusalém é mais um impedimento para a paz

A primeira-ministra britânica Liz Truss e o premiê israelense Yair Lapid, durante Assembleia Geral da ONU. (Foto: Twitter/Yair Lapid/Avi Ohion, L.A.M.)
Os líderes das igrejas de Jerusalém alertaram, em comunicado na última segunda-feira (10), que a mudança da embaixada britânica de Tel Aviv para Jerusalém é mais um impedimento para o avanço do processo de paz já moribundo.
O Conselho dos Patriarcas e Chefes das Igrejas em Jerusalém disse que tomou nota “com grande preocupação” o recente apelo da nova primeira-ministra britânica, Liz Truss, a pedido dos Amigos Conservadores de Israel, para que seu governo revise a colocação da Embaixada Britânica em Israel de sua localização atual em Tel Aviv para um novo local em Jerusalém.
Confira nota do Conselho dos Patriarcas e Chefes das Igrejas em Jerusalém na íntegra (em inglês)
“Como uma cidade sagrada para as três religiões abraâmicas que representam mais da metade da população mundial, Jerusalém há muito é reconhecida pela comunidade internacional, incluindo o Reino Unido, como tendo um status especial (Corpus Separatum), destinado a salvaguardar a liberdade de religião, o caráter sagrado de Jerusalém como uma Cidade Santa e o respeito e a liberdade de acesso aos seus lugares sagrados”, disse o comunicado.
“O Status Quo religioso em Jerusalém é essencial para preservar a harmonia de nossa Cidade Santa e as boas relações entre as comunidades religiosas em todo o mundo”, disse, acrescentando: “Implícito ao reconhecimento deste Status Quo está o já mencionado Corpus Separatum que a maioria dos governos do mundo reconhecem, abstendo-se de localizar suas embaixadas em Jerusalém até que um acordo final sobre o status da Cidade Santa seja alcançado. O movimento contemplado da Embaixada Britânica para Jerusalém prejudicaria severamente esse princípio fundamental do Corpus Separatum e as negociações políticas que ele busca avançar.”
O Conselho dos Patriarcas e Chefes das Igrejas em Jerusalém enfatizou que “o próprio ato de revisar a localização da Embaixada Britânica não apenas sugere que os acordos negociados sobre Jerusalém e a Cisjordânia já resolveram as disputas em andamento entre as partes envolvidas – quando, na verdade, não o fizeram – mas também implica que tais negociações não são necessárias: que a contínua ocupação militar desses territórios e a anexação unilateral de Jerusalém Oriental são aceitáveis. Não podemos acreditar que esta seja a mensagem que o governo britânico deseja enviar ao mundo”.
O Conselho disse que considera esta revisão da embaixada “como mais um impedimento para o avanço do já moribundo Processo de Paz”, acrescentando: “Em vez de comprometer recursos governamentais valiosos para um esforço tão contraproducente, encorajamos o primeiro-ministro britânico e o governo a redobrar seus esforços diplomáticos. esforços para facilitar o reinício das negociações entre Israel e a Autoridade Palestina, a fim de avançar com uma Iniciativa de Paz com prazos e fases, tudo de acordo com o Direito Internacional e as resoluções relevantes da ONU. Somente por meio de tal iniciativa, acreditamos, uma paz justa e duradoura será estabelecida em Jerusalém e em todo o Oriente Médio”.
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