Ministra da Palestina denuncia genocídio a senadores em Brasília
Varsen Aghabekian Shahin informou membros do Senado brasileiro sobre a retomada da ofensiva genocida de "israel", que matou mais de 400 pessoas em Gaza na terça-feira

Reunião ocorrida esta semana em Brasília
A ministra de Estado para Assuntos do Ministério das Relações Exteriores e Diáspora, Varsen Aghabekian Shahin, informou um grupo de membros do Senado brasileiro sobre os últimos desenvolvimentos na Palestina, especialmente diante da escalada “israelense” contínua nos territórios palestinos ocupados.
O encontro ocorreu na presença do presidente do Comitê de Relações Exteriores, Senador Nelsinho Trad, do Embaixador do Estado da Palestina no Brasil, Ibrahim Al-Zeben, e da Diretora do Departamento das Américas e Caribe do ministério palestino, Suad Sobh.
A ministra apresentou aos membros do Senado um panorama da grave situação na Faixa de Gaza, onde as forças de ocupação retomaram a agressão e cometeram uma série de massacres em toda a região. Ela também destacou que a situação no norte da Cisjordânia está se tornando cada vez mais difícil, com as forças de ocupação “israelenses” trabalhando para restabelecer um controle militar permanente, o que representa uma ameaça real a toda a Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém. Além disso, o governo de ocupação está tentando aplicar essa política em outras cidades, vilarejos e campos de refugiados da Cisjordânia.
A ministra enfatizou que “israel”, a entidade ocupante, continua violando o cessar-fogo, resultando no martírio de 436 cidadãos palestinos entre terça e quarta-feira, em uma clara continuação dos crimes de guerra cometidos contra o povo palestino, ignorando todas as leis e convenções internacionais.
Ela destacou a gravidade das contínuas violações de “israel” ao direito internacional e ao direito humanitário internacional, o que tem sérias repercussões para o sistema internacional e sua credibilidade. A ministra também pediu ao Senado brasileiro que tome medidas concretas para apoiar os direitos palestinos, incluindo a proibição da importação de produtos das terras roubadas (chamadas de “assentamentos”) por “israelenses” na Palestina, a responsabilização dos invasores (chamados de “colonos”) envolvidos em crimes de guerra e o reforço dos esforços diplomáticos para responsabilizar a ocupação por suas violações contínuas.
Por sua vez, de acordo com a agência de notícias palestina WAFA, os membros do Senado brasileiro expressaram solidariedade à causa palestina, enfatizando a importância de respeitar os direitos palestinos de acordo com o direito internacional e a necessidade de continuar o diálogo para fortalecer a posição brasileira em apoio à justiça e à paz na região.
A ministra também realizou uma conferência de imprensa na sede da Embaixada do Estado da Palestina no Brasil, na presença do Embaixador Al-Zeben e de outros embaixadores árabes credenciados no Brasil.
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Ela afirmou que estava concluindo uma visita bem-sucedida ao Brasil, que incluiu consultas políticas e reuniões importantes para fortalecer as relações bilaterais e a cooperação em fóruns internacionais. A ministra elogiou a posição firme do Brasil na defesa do direito internacional e dos direitos humanos, destacando seu claro apoio à causa palestina. Ela também agradeceu ao Presidente Lula por condenar os crimes sionistas na Palestina, especialmente na Faixa de Gaza, que ele próprio reconheceu como um “genocídio”, e ressaltou a importância dos esforços internacionais contínuos para implementar a solução, na visão da Autoridade Palestina, de dois Estados de acordo com as resoluções da ONU.
Ela enfatizou que a importância dessa posição é ainda maior diante da escalada sem precedentes da agressão “israelense” contra o povo palestino, que enfrenta uma máquina de guerra destinada a deslocá-lo e eliminá-lo sem qualquer responsabilização. A ministra explicou que a ocupação sionista violou o cessar-fogo ao lançar ataques intensos na Faixa de Gaza, resultando no martírio de mais de 400 palestinos e ferindo cerca de 600 outros, a maioria mulheres e crianças, em bombardeios que atingiram várias áreas da Faixa, incluindo Gaza, Deir al-Balah e Rafah. Ela considerou que essa escalada brutal faz parte de políticas sistemáticas destinadas a minar quaisquer esforços reais para alcançar uma paz justa e abrangente na região.
A ministra destacou a necessidade de tomar medidas concretas para acabar com a ocupação, afirmando que a impunidade de “israel” é a principal razão para a continuação dos crimes contra o povo palestino. Ela enfatizou a necessidade de levar ajuda humanitária a Gaza e garantir um cessar-fogo permanente em todos os territórios palestinos. Além disso, ressaltou a importância de impor um boicote total aos produtos e punir os “colonos” invasores de acordo com a Resolução 2334 do Conselho de Segurança, bem como a necessidade do reconhecimento global do Estado da Palestina e da adesão plena às Nações Unidas, o que contribuirá para garantir o sucesso da Conferência Internacional de Paz prevista para junho próximo.
Ela enfatizou que a questão palestina não é apenas uma questão nacional, mas um verdadeiro teste do compromisso do mundo com a justiça e os direitos humanos. A ministra expressou confiança de que o Brasil, com sua longa história de resistência à injustiça, continuará a apoiar o direito palestino.

Durante sua visita oficial ao Brasil, a ministra Varsen Aghabekian Shahin plantou uma oliveira no jardim da Embaixada do Estado da Palestina em Brasília, na presença de embaixadores árabes e vários jornalistas brasileiros.
Esse gesto simbólico representa a resistência do povo palestino, já que a oliveira é um símbolo de esperança e perseverança diante dos desafios e da ocupação. Ela também reflete a profunda conexão do povo palestino com sua terra e reafirma seu direito ao retorno e à liberdade, além de destacar a unidade e a solidariedade contínua dos árabes, enviando uma mensagem forte às comunidades internacionais sobre o apoio árabe constante à Palestina.
A ministra afirmou que essa unidade é um pilar fundamental para fortalecer a causa palestina no cenário internacional.
* Com informações da WAFA
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