Jornalistas palestinos: Israel viola sistematicamente a liberdade de imprensa

Só neste ano, foram cometidas 183 violações de liberdade de imprensa contra jornalistas e veículos palestinos
Relatório divulgado hoje pelo Sindicato dos Jornalistas Palestinos por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa revelou graves violações e crimes cometidos pela ocupação israelense contra a imprensa palestina. De acordo com o balanço para os primeiros quatro meses deste ano, as violações israelenses da liberdade de imprensa na Palestina vão desde disparos diretos contra os jornalistas às detenções, que, em dados preliminares, parecem ter aumentado.
O documento, elaborado pelo Comitê de Liberdade do Sindicato dos Jornalistas Palestinos e publicado hoje, revelou que as forças de ocupação cometeram 183 violações da liberdade de imprensa contra veículos de comunicação e profissionais palestinos, incluindo 67 detenções de funcionários e impedimento de cobertura, seguidos de 22 casos de agressões física, que foram de chutes a espancamentos.
O relatório também documentou 15 casos de asfixia por gás lacrimogêneo tóxico, sendo que em 10 destes os jornalistas sofreram ferimentos ao serem atingidos pelas bombas de gás e por granadas de choque, muitas vezes arremessadas visando atingir estes profissionais.
Os jornalistas palestinos sofreram, ainda, ferimentos provocados por munição real: foram nove os casos. Às prisões israelenses foram levados 14 jornalistas que tentavam cobrir as ações violentas das forças de ocupação e 12 receberam intimações para averiguações e devem sofrer investigações e possíveis punições.
Os crimes de Israel contra a liberdade de imprensa na Palestina incluíram, também, dez invasões a domicílios de jornalistas e a instalações e prédios de veículos de comunicação palestinos. Houve, ainda, casos de destruição e confisco de equipamentos de imprensa, ameaças, julgamentos em tribunais ilegais, multas e ataques com cães.
Em termos de violações promovidas pelas instituições estatais e de governo palestinas, o relatório revelou queda em relação ao mesmo período do ano passado, com quatro casos envolvendo os serviços de segurança governamental e oito envolvendo as forças de segurança do Hamas na Faixa de Gaza.
O relatório trouxe informações, também, sobre as restrições à liberdade de imprensa nas redes sociais, indicando que houve prejuízos aos conteúdos palestinos, especialmente no Facebook. De acordo com a verificação dos jornalistas palestinos, o Facebook está totalmente sujeito à vontade da ocupação e aplica as suas diretivas. Em virtude deste alinhamento com as políticas israelenses, foram identificadas 50 violações no Facebook, especialmente suspensão ou bloqueio, parcial ou total, de páginas com conteúdo palestino.
Em outras plataformas, como YouTube, foram identificadas 15 violações.
Para o Sindicato de Jornalistas Palestinos, é preciso que estes crimes israelenses não fiquem impunes e que os responsáveis sejam julgados e condenados pelos organismos internacionais competentes.
* Com informações do site de notícias da OLP – Organização para a Libertação da Palestina
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