Empresas farmacêuticas de Israel testam medicamentos em prisioneiros palestinos
Segundo professora israelense, armas também são testadas nos bairros palestinos de Jerusalém, que servem de laboratório para as forças de ocupação
22/02/2019A professora israelense Nadera Shalhoub-Kevorkian divulgou na última terça-feira (19) que as autoridades israelenses permitem que grandes empresas farmacêuticas realizem testes em prisioneiros palestinos e árabes, informou o jornal palestino Felesteen.
A professora da Universidade Hebraica de Jerusalém também revelou que as empresas militares israelenses estão testando armas em crianças palestinas e realizando esses testes nos bairros palestinos da Jerusalém ocupada.
Falando na Universidade de Columbia, em Nova York, Shalhoub-Kevorkian disse que coletou os dados durante a realização de um projeto de pesquisa.
“Espaços palestinos são laboratórios”, disse ela. “A invenção de produtos e serviços de empresas de segurança patrocinadas pelo Estado é alimentada por toques de recolher de longo prazo e opressão do exército israelense.”
Em sua palestra “Espaços perturbadores – Tecnologias violentas na Jerusalém Palestina” (tradução livre), a professora acrescentou: “Eles verificam quais bombas usar, bombas de gás ou bombas de mau cheiro. Se é para colocar sacos de plástico ou sacos de pano. Bater com seus rifles ou chutar com suas botas”.
Na semana passada, as autoridades israelenses se recusaram a entregar o corpo de Fares Baroud, que faleceu dentro das prisões israelenses depois de sofrer de várias doenças. Sua família teme que ele poderia ter sido usado para tais testes e Israel teme que isso possa ser revelado através de investigações forenses.
5.000 testes em prisioneiros
Em julho de 1997, o jornal israelense Yedioth Ahronoth noticiou que Dalia Itzik, presidente de um comitê parlamentar, reconheceu que o Ministério da Saúde de Israel havia dado às empresas farmacêuticas permissão para testar seus novos medicamentos em presos, observando que 5.000 testes já haviam sido realizados.
Robrecht Vanderbeeken, o secretário de cultura do sindicato belga ACOD, alertou em agosto de 2018 que a população da Faixa de Gaza estava sendo “morta de fome, envenenada, e crianças sequestradas e assassinadas pela remoção de seus órgãos”.
Isso se segue a advertências anteriores do embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, que disse que os corpos de palestinos mortos pelas forças de segurança israelenses “foram devolvidos sem córneas e outros órgãos, confirmando notícias anteriores sobre a colhimento de órgãos pelas forças ocupantes”.
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