Google facilitou ferramentas de IA para militares israelenses dizimarem Gaza
Gigante da tecnologia atendeu solicitações do ministério da defesa de Israel para maior acesso aos seus serviços desde o início do conflito de 15 meses, informou o Washington Post

Trabalhadores do Google participaram de protestos contra um contrato que a empresa tem com o governo israelense. (Foto: Reuters)
O Google forneceu aos militares israelenses acesso à sua mais recente tecnologia de inteligência artificial (IA) desde o início da guerra de Israel em Gaza, informou o Washington Post na terça-feira.
Logo após o início da guerra em outubro de 2023, um funcionário do Google em sua divisão de nuvem aumentou as solicitações para que o Ministério da Defesa de Israel tivesse maior acesso às ferramentas de IA da empresa, de acordo com documentos obtidos pelo Post.
O Ministério da Defesa queria expandir urgentemente o uso do Vertex do Google, que aplica algoritmos de IA aos dados do próprio cliente.
Um funcionário do Google alertou que se a empresa não desse mais acesso aos militares israelenses, correria o risco de perder para a rival de nuvem Amazon.
Sob a parceria de US$ 1,2 bilhão chamada “Projeto Nimbus”, tanto o Google quanto a Amazon já fornecem serviços de computação em nuvem e IA para o governo e o exército de Israel.
Um documento de novembro de 2023 mostrou um funcionário do Google agradecendo a um colega de trabalho por lidar com a solicitação do Ministério da Defesa de Israel, e documentos da primavera e verão de 2024 mostram funcionários solicitando acesso adicional à tecnologia de IA para os militares de Israel.
Houve documentos tão recentes quanto novembro de 2024, indicando o uso militar israelense das ferramentas de IA do Google, bem como uma solicitação dos militares para o uso da tecnologia Gemini AI do Google.
Os documentos não mostram explicitamente como o Ministério da Defesa de Israel usou as ferramentas de IA, observou a reportagem.
Siga a Fepal no X!
Siga-nos também no Instagram!
Inscreva-se em nosso canal no Youtube!
O Post relatou anteriormente que, após a eclosão da guerra em Gaza, os militares israelenses recorreram a uma ferramenta interna de IA chamada Habsora, que foi usada para fornecer aos comandantes israelenses milhares de alvos palestinos no enclave sitiado.
Os comandantes israelenses levantaram preocupações ao Post sobre a precisão da tecnologia, enquanto outros disseram que muita confiança estava sendo depositada nas recomendações da ferramenta.
No ano passado, o Google enfrentou intensa dissidência interna após demitir 50 funcionários por organizar protestos para se opor ao Projeto Nimbus nos escritórios da empresa em Nova York e Califórnia.
Sob o lema “Googlers contra o Genocídio”, os trabalhadores contaram ao Middle East Eye como eles suportaram a intimidação da empresa e de outros trabalhadores por seu ativismo pró-Palestina.
‘Doações correspondentes para caridade das FDI’
O Projeto Nimbus, anunciado em 2021 pelo Google e Amazon, fornece inteligência artificial avançada e recursos de aprendizado de máquina para o governo de Israel.
O Google afirma que o contrato Nimbus “não é direcionado a cargas de trabalho altamente sensíveis, classificadas ou militares relevantes para armas ou serviços de inteligência”.
O Google, a Amazon e os militares israelenses se recusaram a comentar a reportagem do Post.
No mês passado, o MEE relatou que o Google estava correspondendo doações feitas por seus funcionários em todo o mundo para instituições de caridade pró-Israel nos EUA, incluindo uma que apoiava soldados israelenses que estavam lutando em Gaza e um grupo sionista cristão que visava ajudar Israel a “recuperar” a Cisjordânia.
Páginas internas vazadas vistas pelo MEE mostraram que a empresa ajudou a facilitar doações para uma organização sem fins lucrativos chamada Friends of the Israeli Defence Forces (FIDF) e HaYovel, uma organização que envia voluntários para trabalhar em fazendas em assentamentos ilegais em terras palestinas ocupadas.
* Publicado em 22/01/2025 no Middle East Eye.
Notícias em destaque
Dezenas de membros da minha família foram mortos por “israel” em Gaza, e agora Ziyad também. Apenas uma coisa me traz consolo
Por Ghada Ageel* Meu primo Ziyad era muito jovem para morrer. Ele estava [...]
LER MATÉRIAEspanha cancela contrato de armas com “israel” após pressão interna
O governo espanhol cancelou um contrato de munições no valor de mais de US$ [...]
LER MATÉRIAFundador do festival Nova é colaborador da inteligência “israelense” envolvido no genocídio em Gaza
Por Wyatt Reed* Em meio a um frenesi da mídia corporativa sobre o trio [...]
LER MATÉRIATV “israelense” censura reportagem que expõe uma das fraudes do 7 de outubro
Por Wyatt Reed* A emissora israelense Channel 13 anunciou que não exibirá [...]
LER MATÉRIAMais de 100 funcionários da Meta foram espiões e soldados de “israel”
Por Nate Bear* Mais de cem ex-espiões israelenses e soldados das Forças de [...]
LER MATÉRIAAtaque “israelense” mata fotógrafa palestina e 10 membros de sua família
Por Hannah Ellis-Petersen* Como jovem fotojornalista residente em Gaza, [...]
LER MATÉRIA