“israel” está contaminando presos palestinos com doenças infecciosas de forma deliberada
São cerca de 10 mil os palestinos que foram sequestrados e encarcerados nos campos de concentração israelenses, incluindo mulheres e crianças

Organização de defesa dos sequestrados denuncia graves violações de direitos humanos dos palestinos mantidos nas masmorras israelenses
Um grupo de defesa dos prisioneiros palestinos afirma que o Serviço Prisional de Israel (IPS, na sigla em inglês) está deliberadamente espalhando doenças entre os detentos palestinos e negando-lhes cuidados médicos.
A Comissão de Assuntos dos Detentos e Ex-Detentos, organização civil que atua na defesa dos palestinos sequestrados e encarcerados nas masmorras israelenses, declarou, em comunicado divulgado no último domingo (27), que essa prática faz parte de um padrão mais amplo de maus-tratos sistemáticos dentro dos centros de detenção israelenses.
O grupo acrescentou que o IPS continua cometendo graves violações contra aproximadamente 10 mil prisioneiros palestinos, incluindo mulheres e crianças.
Essas alegações são corroboradas por testemunhos recentes coletados por advogados e defensores dos direitos humanos.
Segundo um desses testemunhos, Hassan Imad Abu Hassan, um prisioneiro da cidade de Yamoun, a oeste de Jenin, sofre de sarna há mais de três meses.
Ele contraiu a doença depois que guardas israelenses o obrigaram a deitar-se na cama de um preso infectado no primeiro dia de sua detenção.
Outro detento, Alaa Al-Adham, da cidade de Beit Ula, desenvolveu graves condições dermatológicas, com coceira intensa e sensibilidade nas coxas, sem receber qualquer tipo de atendimento médico.
Bilal Amr, um detento de Dura, ao sul de al-Khalil, atualmente preso na prisão de Ofer, perto de Ramallah, sofre de dores crônicas nas costas e nos pés devido a hastes de platina implantadas para estabilizar fraturas.
Apesar de inúmeros apelos, ele foi privado de atendimento médico. Além disso, Amr também apresenta significativa perda de visão.
Em uma declaração conjunta divulgada há alguns dias, a Comissão e a Sociedade dos Prisioneiros Palestinos relataram testemunhos de tortura física e psicológica, incluindo relatos de prisioneiros sendo forçados a beber álcool e tendo água fervente derramada sobre seus corpos.
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Desde que “israel” iniciou seu genocídio na Faixa de Gaza em 7 de outubro de 2023, vários palestinos sequestrados pelas forças sionistas morreram dentro das prisões israelenses devido a tortura, inanição e negligência médica. Esses relatos são corroborados por organizações de direitos humanos palestinas e internacionais.
Um deles foi o brasileiro-palestino Walid Ahmed, de 17 anos. Ele foi sequestrado em 30 de setembro do ano passado por soldados israelenses na casa de sua família em Silwad, na Cisjordânia. Ele foi levado para a prisão de Megiddo, no deserto de “israel”, onde morreu no dia 22 de março deste ano, quase seis meses após ser sequestrado.
Em 30 de dezembro, três meses após seu sequestro, um médico que o visitou havia detectado um trauma em sua cabeça. Walid também reclamou que não estava recebendo comida suficiente. Pelo menos desde outubro, também estava com sarna. Em fevereiro, foi visitado novamente por um médico, para tratar a sarna. A autópsia revelou que o jovem ainda tinha erupções cutâneas nas pernas e na virilha, escoriações no nariz, tórax e quadril e sinais de inflamação, talvez causada por infecção.
A perícia também constatou uma perda extrema de massa muscular e gordura corporal. Walid ainda sofreu de diarreia induzida por colite e desidratação severa. Além disso, foi verificado um corte no seu pescoço. A causa de tudo isso, segundo o relatório, teria sido exatamente a “fome” e “desidratação” prolongadas (como o próprio Walid reclamava) e a falta de cuidados médicos. O corte no pescoço, no entanto, permanece um mistério. Na manhã de 22 de março, conforme o registro médico, ele sofreu uma perda repentina de consciência. Os paramédicos não encontraram sinais vitais, tentaram reanimá-lo e o levaram para uma clínica, apenas para confirmarem a sua morte.
“A autópsia de Walid indica que os guardas da prisão israelense sistematicamente deixaram passar fome e abusaram dele por meses até que ele finalmente desmaiou, bateu a cabeça e morreu”, declarou Ayed Abu Eqtaish, diretor do programa de responsabilização do Defense for Children International – Palestine. E disse ao site do órgão que “a morte de Walid não foi um acidente”.
O pai de Walid disse à reportagem da Fepal à época que também acreditava que as quedas sofridas pelo filho dentro da prisão se deveram à falta de alimentação, diarreia e à sarna. “Ele estava passando muita fome e sede, a pancada na cabeça não foi tratada e as infecções respiratórias e problemas de pele também foram causados pela total insalubridade da prisão. Walid nunca tinha tido nenhum problema de saúde, sempre foi muito ativo, todos esses problemas foram contraídos na prisão.”
Como também noticiou a Fepal, Salah Hamad, primo de Walid e também com 17 anos, é outro brasileiro-palestino sequestrado e preso nas masmorras israelenses. Ele foi abduzido e levado para a prisão de Ofer (um campo de concentração militar na Cisjordânia ocupada) em 18 de novembro. Salah também apresentou sinais de maus-tratos e desnutrição, segundo os testemunhos ouvidos pela Fepal.
Segundo estatísticas oficiais palestinas, mais de 10.800 palestinos estão atualmente detidos em prisões israelenses, incluindo cerca de 450 crianças, 50 mulheres e 3.629 detidos administrativos mantidos sem acusação formal ou julgamento (o caso dos dois brasileiros). Esses números não incluem os milhares de palestinos de Gaza submetidos a desaparecimento forçado.
Paralelamente ao genocídio em Gaza, as forças de ocupação israelenses e os invasores e ladrões de terras na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental mataram ao menos 1.008 palestinos, feriram cerca de 7 mil e prenderam mais de 18 mil, segundo dados palestinos.
“israel” mantém os prisioneiros palestinos em condições deploráveis, sem padrões adequados de higiene. Os detentos também são alvo sistemático de tortura, assédio e repressão.
Organizações de direitos humanos afirmam que o regime de Tel Aviv continua violando os direitos garantidos aos prisioneiros pela Quarta Convenção de Genebra e por leis internacionais.
De acordo com o Centro de Estudos sobre Detentos Palestinos, cerca de 60% dos prisioneiros palestinos detidos em prisões israelenses sofrem de doenças crônicas. Devido à gravidade de suas condições, muitos morreram durante o cárcere ou pouco após serem libertados.
Os detentos palestinos têm recorrido constantemente a greves de fome por tempo indeterminado como forma de protestar contra sua detenção ilegal.
* Fepal, com o Centro de Informação Palestino e a Press TV.
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