“Não há dúvida de que estamos diante de um genocídio”: intelectuais discutem situação na Palestina

Segundo dia do 11° Congresso da Fepal contou com mesas que debateram diversos temas sobre a luta contra o genocídio e a ocupação na Palestina

21/09/2024

Mesa "O genocídio na Palestina e o Direito Internacional"

O segundo dia do 11° Congresso da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), ocorrido neste sábado (21), começou com atividades fechadas para os mais de 220 delegados e observadores.

Pela manhã, houve a abertura dos trabalhos, com a eleição da mesa reguladora e a aprovação do regulamento do Congresso, a apresentação do relatório das ações da Fepal no último período, a entrega das propostas elaboradas pelas assembleias comunitárias e especiais pré-Congresso e as reuniões dos grupos de trabalho para diversas temas.

Depois disso, já no começo da tarde, os delegados entregaram, discutiram e aprovaram as propostas elaboradas nos distintos GTs.

“O ponto principal de todo esse trabalho é a continuidade desta instituição, que foi fundada em 1979”, diz Elayyan Aladdin, ex-presidente da Fepal (2004-2019) e um dos delegados ao Congresso. “O que eu destaco é que este Congresso está trazendo uma modernização que trouxe não apenas delegados eleitos por assembleias comunitárias, em suas associações, mas também de maneira virtual e com representantes de setores específicos, como trabalhadores da saúde, juristas e mulheres, enriquecendo a participação neste Congresso”, completa.

No meio da tarde, após os trabalhos destinados exclusivamente aos delegados e observadores, ocorreram as mesas de debates com cerca de 30 convidados especiais.

Em uma delas, presidida por Jamil Bannura, o professor e pesquisador Salem Nasser discutiu com Nasser Judeh, secretário de Assuntos Jurídicos da Fepal, e Sami El Jundi, ex-perito do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, sobre o genocídio na Palestina e o Direito Internacional.

“Não há dúvida de que estamos diante de um genocídio”, disse Nasser, enfático. E completou: “a carnificina é tal em Gaza, que não é possível não ver”, criticando aqueles que insistem em tentar convencer as pessoas de que trata-se de uma “guerra” e, portanto, escondem o caráter criminoso e assassino da ocupação sionista.

O professor analisou as contradições do Direito Internacional, escancaradas a partir do 7 de Outubro e da nova fase do genocídio na Palestina. Segundo ele, os próprios criadores do sistema internacional após a Segunda Guerra Mundial está fazendo com que esse sistema se desintegre, ao financiarem e apoiarem o genocídio.

“Isso está rachando a máscara do Ocidente, está desnudando a falsidade de seu discurso sobre direitos humanos e justiça internacional”, avaliou Salem Nasser.

Em uma outra mesa, Francisco Rezek, ex-ministro das Relações Exteriores e do Supremo Tribunal Federal, criticou os líderes mundiais que apoiam de forma hipócrita o genocídio em Gaza, particularmente os Estados Unidos.

“Joe Biden, essa figura patética e caquética, foi nas últimas décadas o político americano que mais recebeu dinheiro do lobby israelense”, afirmou, ao lembrar que sua substituta na disputa pela presidência dos EUA, Kamala Harris, é menos “tenebrosa” que Donald Trump, mas não deve nada aos republicanos em seu apoio irrestrito à ocupação ilegal.

Ele também ironizou o discurso dos grandes meios de comunicação e das autoridades ocidentais, que dizem que a principal prioridade na “guerra” é “resgatar os reféns israelenses”, enquanto há mais de dez mil prisioneiros palestinos em “israel”. “Muitos desses prisioneiros”, disse Rezek, “são crianças cuja acusação é atirar uma pedra que mal arranhou as nádegas do soldado israelense”.

“O que os prisioneiros palestinos nas masmorras israelenses são senão reféns?”, questionou ele, no debate “‘Antissemitismo'”, arma do sionismo para a ocupação da Palestina”, com Breno Altman e Isadora Szklo, judeus antissionistas.

Na opinião do ex-ministro, seria justo trocar todos os reféns palestinos mantidos nas masmorras sionistas pelos “israelenses”.

As atividades do 11° Congresso da Fepal continuam na noite de hoje, com a grande plenária de solidariedade ao povo palestino, no Hotel Panamby, onde estarão presentes os membros de diversos comitês de solidariedade à Palestina e ativistas, além dos delegados e observadores.

Amanhã, no último dia do Congresso, os trabalhos voltam, com os últimos debates e a eleição da nova direção da Fepal.

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