Também vítima de genocídio, Armênia vai acolher patrimônio cultural palestino
Decisão foi anunciada ontem pelo vice-ministro de Relações Exteriores do país

Matenadaran, instituto armênio de pesquisa científica de manuscritos antigos
O Vice-Ministro das Relações Exteriores da Armênia, Vahan Kostanyan, anunciou ontem (30) que o patrimônio cultural palestino em perigo será temporariamente abrigado no Matenadaran, instituto armênio de pesquisa científica de manuscritos antigos, durante sua intervenção na conferência internacional sobre a solução pacífica da questão palestina realizada na sede das Nações Unidas em Nova York.
“O patrimônio cultural palestino em perigo será abrigado temporariamente no Matenadaran”, anunciou Kostanyan, classificando o ato como um gesto concreto de apoio cultural e político. Da mesma forma, sublinhou que a Armênia “concede especial importância à preservação do patrimônio cristão na Terra Santa” e apelou ao respeito pelo status quo histórico dos lugares sagrados de Jerusalém.
Kostanyan afirmou que a Armênia “reconheceu o Estado da Palestina em junho de 2024” e que posteriormente estabeleceu relações diplomáticas no contexto do 79º período de sessões da Assembleia Geral da ONU.
Durante seu discurso, ele destacou que os chanceleres da Palestina e da França mantiveram uma reunião bilateral em Erevan no âmbito do fórum diplomático “Diálogo de Erevan”. Além disso, informou sobre a ajuda humanitária enviada pela Armênia a Gaza e o apoio às atividades da UNRWA, a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos.
O genocídio armênio (1915-1917) teve um papel crucial na formulação do conceito jurídico de genocídio e na redação da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio da ONU, adotada em 1948. Embora o termo “genocídio” só tenha sido cunhado décadas depois, a destruição sistemática dos armênios pelo Império Otomano foi um dos casos paradigmáticos que inspiraram a definição do crime.
O jurista Raphael Lemkin, criador do termo “genocídio”, foi diretamente influenciado pelo massacre dos armênios. Ele começou a refletir sobre a ausência de normas internacionais contra o extermínio de grupos étnicos após estudar o caso armênio ainda nos anos 1920. O caso armênio foi mencionado repetidamente por Lemkin e outros juristas como exemplo central do tipo de crime que a Convenção deveria prevenir.
Baseados nessa Convenção, juristas, especialistas das Nações Unidas, órgãos internacionais, instituições humanitárias e governos do mundo todo consideram que o povo palestino, em particular o de Gaza, está sofrendo um genocídio cometido por “israel” desde o dia 7 de outubro de 2023.
O processo mais evidente é o da África do Sul, aberto contra Tel Aviv, na Corte Internacional de Justiça, que agora conta com o apoio do Brasil. A corte ainda não julgou o mérito final, por intensas pressões sionistas e de seus amos estadunidenses, mas espera-se que ela reconheça oficialmente o extermínio de palestinos em Gaza como genocídio.
* Fepal, com Diario Armenia.
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