Ato na Assembleia Legislativa de SP relembra 76 anos da Nakba denuncia genocídio na Palestina

15/05/2024

Na segunda-feira à noite, mais de duzentas pessoas, dezenas delas representantes de entidades e movimentos sociais, lotaram o auditório Paulo Kobayashi, na Assembleia Legislativa de São Paulo, em ato solene  para relembrar os 76 anos da Nakba (catástrofe, em árabe) palestina de 1948, e para denunciar o genocídio promovido por Israel contra o povo palestino em Gaza.

O termo “Nakba”, que significa “catástrofe” em árabe, é uma lembrança anual alusiva a 15 de maio de 1948, quando os palestinos foram expulsos de suas terras por estrangeiros euro-judeus recém-chegados à Palestina para ali construírem, com apoio do Império Britânico, uma “lar nacional judeu”. Este ano, a lembrança é ainda mais crucial, dada a contínua opressão e o genocídio enfrentado pelo povo palestino, incluindo um regime de apartheid e violações dos direitos humanos, especialmente em Gaza.

O evento, intitulado “Da Nakba ao Genocídio em Gaza: 76 Anos de Colonização”, foi organizado pela Fepal – Federação Árabe Palestina do Brasil e pelas bancadas estaduais do PT, PCdoB e PSOL e neste ano se soma a uma série de protestos em todo o mundo contra o genocídio em curso em Gaza, que assassinou mais de 43 mil civis palestinos, 2% da população do enclave, a maioria (70%) mulheres e crianças.

O deputado Maurici (PT), presidente da Comissão de Relações Internacionais da Assembleia Legislativa e proponente do ato solene, coordenou a mesa, que contou com as presença de diversos deputados estaduais, diplomatas, dentre eles o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, lideranças sociais e políticas, além de líderes religiosos

As manifestações foram de denúncia dos crimes Israe na Palestina, pedido de paz e de um estado palestino soberano. Uma “Carta do Brasil contra o genocídio e pela paz na Palestina” foi lida pelo presidente da FEPAL, Ualid Rabah, que convidou as entidades e movimentos sociais, parlamentares, líderes políticos e partidos, intelectuais e outros interessados a assina-la. A carta, que expõe motivos e pede ao Brasil o rompimento das relações com Israel, será entregue ao Governo Brasileiro e a outras lideranças políticas.

O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Al Zeben, expressou gratidão pelo apoio do povo brasileiro e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por sua solidariedade ao povo palestino e condenação do genocídio em foros internacionais, que definiu como um despertar para muitos líderes mundiais, na América Latina principalmente.

Emir Mourad, secretário-geral da COPLAC – Confederação Palestina Latino-Americana e do Caribe, recordou que a solidariedade foi protagonista importante na construção e consolidação do movimento palestino no Brasil, resultando na FEPAL, cujo primeiro congresso aconteceu em 1980, e quatro anos depois, novamente partindo de iniciativas brasileiras, a própria entidade continental. Lembrou, também, que nesse mesmo ano de 1984 foi aprovada, na Assembleia Legislativa de São Paulo, a Lei 29 de novembro, que instituiu o Dia Estadual de Solidariedade com o Povo Palestino, em alusão ao Dia Internacional aprovado pela ONU em 1977. Mourad fez menção honrosa in memorian de seu autor, o deputado estadual Benedito Cintra (PCdoB), de 2003 a 2010 foi assessor da Presidência da República e um dos idealizadores e articuladores do Estatuto da Igualdade Racial, aprovado em 2007.

O jornalista José Reinaldo Carvalho, presidente do Cebrapaz, reafirmou sua solidariedade ao povo palestino e seu apoio à luta em todas as frentes, incluindo ações de massa, diplomáticas e de resistência. 

A ativista palestina Soraya Misleh (Frente Palestina de São Paulo) também pediu ao Brasil o rompimento das relações com Israel. Socorro Gomes do Coletivo de Mulheres em Solidariedade ao Povo Palestino, afirmou que as mulheres brasileiras não se calarão diante dos crimes dos sionistas e farão tudo que estiver ao seu alcance para frear o genocídio palestino que, segundo ela, não é promovido apenas por Israel, mas também por seu aliado e protetor, o imperialismo estadunidense. 

Breno Altman, jornalista e escritor, destacou a perda de moral de Israel e sua inevitável derrota, bem como que o povo palestino tem direito a todas as formas de resistência para livrar-se da ocupação colonial sionista.

Uma delegação da Câmara de Comércio Internacional de Hebron, importante cidade palestina da Cisjordânia, também marcou presença no evento, que foi transmitido pela Tutameia TV e pela TV da ALESP.

Fotos por Lucas Porto e Chokito.

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