Nota pública: Hassan Nasrallah VIVE; só os covardes morrem!
Nota pública da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal)
28/09/2024Hassan Nasrallah, mártir do povo libanês e da luta anti-imperialista
O assassinato de Hassan Nasrallah, secretário-geral do movimento e partido político libanês Hezbollah, festejado por seus autores, EUA e “israel”, os maiores genocidas de todos os tempos, bem como pelos tributários do sionismo, não interrompe o declínio das forças coloniais e imperialistas que ocupam o Oriente Médio, mais emblematicamente a Palestina, primeiro espaço geográfico em que implementam seu plano para o mundo, que é supremacista e de apartheid, colonial e genocidário, de destruição e usurpação de território e riquezas. Ao contrário, seu assassinato é a tentativa desesperada destas forças, com aliados regionais igualmente desesperados frente ao declínio do sistema que os criou e sustenta, de deter a roda da história, que já aponta para o fim do projeto sionista na Palestina e na região.
Sob a liderança do mártir Nasrallah, “israel” enfrentou forte e determinada resistência do povo libanês, até que não pode mais sustentar a ocupação do Líbano e se retirou, em 2000, às pressas e desorganizadamente. Os fascistas de todos os matizes em “israel” ainda não se recuperaram desta humilhação, como todas as metrópoles coloniais ainda se ressentem de suas derrotas, da Argélia à África do Sul, do Vietnã à Índia, da China à ressurgente Rússia, que se somam ao Brasil na construção de um novo mundo, multilateral e alinhado ao Direito Internacional e, não por acaso, todos denunciantes do genocídio em curso na Palestina, bem como do plano de extermínio no Líbano.
“israel” sofre nova derrota em 2006, tão humilhante quanto sua retirada atabalhoada em 2000, e lá estava a liderança de Nasrallah na orquestra deste feito heroico do povo libanês, de todas as suas forças reunidas contra o agressor sionista.
Nasrallah, junto com outros atores regionais anti-imperialistas, tomou parte da derrota dos sionistas e seus sócios na Síria, uma espécie de etapa finalizadora da destruição de toda a região e sua reconfiguração para dar lugar ao “grande ‘israel’”, sonho ainda presente nas doentias e degeneradas mentes sionistas, que abocanharia do Egito ao Iraque, passando pela Arábia Saudita e Palestina, Líbano e Jordânia, além de territórios de Kuwait e Turquia.
E nos últimos anos, o mais importante: “israel” e seu dono, os EUA, perderam o monopólio da dissuasão pelo terror, que impunham aos povos da região, sempre com a certeza da incolumidade que dava aos estrangeiros ocupantes da Palestina a ideia de que somente eles destruiriam e exterminariam, sem jamais serem atingidos. Esta equação mudou e estes colonos não têm mais a certeza de que atingirão seus objetivos, nem que não serão atingidos em retaliação e autodefesa, que não os mira como população, mas ao seu regime colonial e suas infraestruturas genocidárias, de seus quartéis a suas indústrias bélicas, de seus depósitos de armas e munições aos centros de inteligência e vigilância. Novas humilhações, portanto.
Cumpre sempre recorrer à história e recordar que todos os impérios coloniais se tornaram mais genocidários em seus ocasos. Foi assim com a Alemanha Nazista, com a França na Argélia, a Inglaterra na Índia, a Bélgica no Congo, com o regime supremacista branco na África do Sul, o Japão imperial na China e na Coreia. Nenhum destes impérios manteve seu domínio colonial, malgrado as tentativas de manterem-nos por meio de genocídios.
Não será diferente com o mais maligno de todos os projetos coloniais, o sionista, único da história baseado no extermínio integral das populações originárias que estiverem sob seu domínio, projeto em curso na Palestina há 77 anos e que segue derrotado, posto que, mesmo após a maior limpeza étnica da história, por meio da qual nasceu “israel”, novamente há maioria de população palestina em relação à estrangeira colonial em solo palestino.
Nestes 107 anos de presença colonial na Palestina, contando do momento em que os britânicos fincam suas tropas coloniais na Palestina, em 1917, para implantar a colônia sionista, centenas de líderes palestinos foram eliminados, do irredutível Yasser Arafat a Ahmad Yassin, mais recentemente Ismail Haniyeh, bem como centenas de milhares já passaram por suas masmorras, com mais de 10 mil atualmente nestas máquinas de tortura e morte, dentre eles Marwan Barghouti, considerado o Mandela Palestino.
Com tudo isso e “israel” não conseguiu conquistar a Palestina ou a região, que acreditava o faria ainda em 1947/48. Senta no banco dos réus pelo crime de genocídio. Seus dirigentes já não podem sair de “israel”, senão para países sócios no genocídio na Palestina, por medo de prisão. A opinião pública mundial deplora o sionismo e seu gestor estatal, “israel”. Mesmo nos EUA, Inglaterra e França, a opinião pública é favorável à Palestina, chegando a opinar que “israel” sequer deveria existir (mais da metade dos ingleses com até 24 anos pensam assim).
Portanto, os que lutaram nestes quase 110 anos na Palestina e região, venceram. Assim é para Nasrallah, Arafat, Gamal Nasser (Egito), Patrice Lumumba (Congo), Steve Biko (África do Sul) e tantos outros heróis que lutaram por seus povos e foram assassinados pelo imperialismo, com sua faceta sionista implicada em todos eles. A história é inexorável e a derrota do colonialismo seguirá no horizonte da civilização humana. “Israel” e o sionismo contam seu tempo de existência chafurdando no sangue dos inocentes, apenas isso.
Por fim, Nasrallah segue vivo, porque os corajosos não morrem. Segue vivo por seus exemplo e legado. Somente os covardes morrem, não porque a morte lhes chegue, mas porque nunca viveram. Um covarde não passa de um morto em movimento. Estes são tanto os genocidas que exterminam agora em Gaza e no Líbano, quanto os que preferiram o silêncio frente ao maior extermínio de crianças e mulheres da história. Suas mãos têm o sangue das crianças palestinas e libanesas e de seus heróis martirizados. Sabemos disso e não esqueceremos!
Palestina Livre a partir do Brasil, 28 de setembro de 2024, 77º ano da Nakba.
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