A chantagem do “antissemitismo” e a defesa dos crimes de Israel na Palestina
23/11/2020Setores extremistas e propagadores do ódio e da intolerância, quase todos defensores dos crimes de Israel na Palestina, voltaram à cena. Reproduzindo a já surrada instrumentação imoral do “antissemitismo” (antijudaísmo é termo mais preciso para definir o fenômeno) para chantagear quem defenda os direitos nacionais, civis e humanitários do povo palestino, a vítima do momento é Guilherme Boulos, candidato a prefeito de São Paulo.
Em ação tipicamente de fake news, espalham, anonima e covardemente, que Boulos é “antissemita” porque visitou a Palestina e manifesta publicamente sua solidariedade ao povo palestino, posição que é de bilhões de pessoas, inclusive de judeus de todo o mundo, Israel incluída. Perseguem, com isso, interferir no processo eleitoral e viciar a vontade dos eleitores, prejudicando o processo democrático brasileiro.
Para estes novos promotores do ódio e do racismo, não raro defensores do nazismo, a Palestina não pode existir e devem ser atacados os que pensam diferente disso.
Negligenciam que Boulos e a esmagadora maioria dos que defendem o respeito e a aplicação do Direito Internacional, especialmente o humanitário, e das resoluções da ONU aplicáveis à Palestina, defendem, também, o direito de Israel existir.
Em 2018, quando esteve na Palestina, Boulos também esteve em Israel, se encontrou com israelenses que defendem os direitos dos palestinos à autodeterminação e a um estado soberano e visitou o Museu do Holocausto. De volta ao Brasil, Boulos defendeu, em entrevista à Folha de São Paulo, o direito de Israel existir, reafirmando que isso não implica abdicar da solidariedade à luta palestina contra a ocupação ilegal israelense.
Entretanto, nada disto basta para que os extremistas e radicais, acriticamente alinhados com as políticas agressivas de Israel na Palestina ocupada, condenadas pela ONU e pela Comunidade Internacional, abram mão da indústria de fake news, difamação e chantagem, em regra por meio do uso politizado, vulgar e criminoso da cartada do “antissemitismo”, o que, inclusive, pode levar à sua depreciação e perda de seu significado, pelo menos de sua intenção de designar o antijudaísmo.
É preciso condenar esta ação criminosa. Mais ainda: as autoridades brasileiras precisam identificar os autores destas deturpações, processa-los e fazer com que a lei se aplique aos mesmos.
Apelamos, ainda, à sociedade brasileira para que denuncie os promotores do ódio e da intolerância, em regra também defensores de crimes de lesa humanidade, como os cometidos na Palestina ocupada. Ademais, estes setores extremistas são diretamente responsáveis pelo atual momento delicado que vivemos no Brasil, especialmente de afloramento do racismo, e se quisermos que a democracia e os valores humanos mais elevados triunfam, é preciso frear estes extremistas do ódio e da intolerância.
Já é hora de a democracia brasileira estar livre das distorções, dentre elas a do uso distorcido da agenda palestina. Que em São Paulo e em todo o Brasil os cidadãos votem de acordo com suas consciências e convicções apenas. Guilherme Boulos e Bruno Covas têm posições humanistas e não merecem precisar lidar com a barbárie de extremistas que distorcem a Questão Palestina.
A solidariedade aos que vivem opressões baseadas no apartheid supremacista, no colonialismo, na ocupação e na limpeza étnica não tem partido político ou ideologia. Todos são contra o racismo e a opressões e defendem a soberania dos povos. O que se deve defender no Brasil é uma solução que permita a vitória da paz na Palestina e que todos os povos da região usufruam dela.
Respeitamos todos os candidatos igualmente e estamos certos que todos saberão identificar, no que toca à Questão Palestina, o que é a verdade e separar fato de fake news. E que saiam vitoriosos nestas eleições a democracia, o povo brasileiro e a solidariedade para com todos os oprimidos do mundo.
Palestina Livre a partir do Brasil, 23 de novembro de 2020.
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