FEPAL presta solidariedade a articulista atacado por denunciar Israel

27/05/2022

Artigo do analista político Bruno Beaklini foi removido do site da Unisinos após pressão de grupos sionistas

Em carta encaminhada ao reitor da UNISINOS – Universidade do Vale dos Sinos, SÉRGIO MARIUCCI, a Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL) prestou solidariedade ao articulista e analista político Bruno Beaklini, que teve retirado do site da instituição de ensino o artigo “A espionagem sionista e o risco de sabotagem nas eleições brasileiras”, publicado por diversos outros veículos de comunicação.

No artigo, Beaklini repercute e analisa a informação, trazida anteriormente por outros veículos de comunicação, de que o Brasil estaria contratando convênio de cooperação com a empresa israelense Cysource, a pretexto de segurança cibernética, inclusive das forças armadas e do sistema eleitoral brasileiro. O convênio teria sido possibilitado graças aos recentes acordos de cooperação do Brasil com Israel nos campos militar e de segurança, recentemente aprovados pelo Congresso Nacional, mesmo enfrentando inédita oposição, incomum em acordos de cooperação com outros países.

O artigo acabou ultrapassando os limites da publicação original ao ser reproduzido por diversos outros veículos de comunicação, o que levou, também, à sua grande repercussão. O site da UNISINOS (ihu.unisinos.br) foi um dos que reproduziu o artigo.

Mas ele acabou sendo retirado após reação de apoiadores de Israel, que viram nele “antissemitismo” e perseguição aos judeus ao trocar a palavra “judeu” por “Israel”. A UNISINOS foi fortemente atacada nas mídias sociais por ter publicado o artigo. Num grupo de Facebook, por exemplo, um dos integrantes se referiu ao corpo docente e administrativo da UNISINOS como “vermes travestidos de acadêmicos”. “Os jesuítas sempre foram, são e nunca deixarão de ser ‘antissemitas’”, escreveu outro. Para um terceiro, o “instituto humanitas da unisinos tem um site profundamente ‘antissemita’, travestido de antissionista” (sic).

E na terça-feira, 24, uma organização denominada StandWithUs, que se apresenta como “Instituição que educa sobre Israel ao redor do mundo” e que tem sucursal no Brasil, enviou carta à UNISINOS formulando acusações contra Beaklini e pedindo que seu artigo fosse excluído do site – “tome providências” – porque disseminaria o “ódio” aos judeus, dentre outros argumentos.

Mas para a FEPAL, o artigo apenas reproduz o que vem sendo noticiado na mídia internacional, que detectou ação israelense de espionagem massiva em todo o mundo há quase duas décadas, citando para exemplo como o “lobby israelense espionava cidadãos estadunidenses para prejudicar ativistas pró-Palestina, algo que remonta a 2006”.

Em sua carta à UNISINOS, a FEPAL também lembra que “o israelense Pegasus espionou mais de 50 mil pessoas em pelo menos 45 países, desde 2016, incluindo governantes, jornalistas e editores (CNN, New York Times, al-Jazeera, France 24, El País, Le Monde, Economist, Guardian e as agências AFP, Associated Press, Reuters e Bloomberg, entre outros)”.

Confira na íntegra a carta da FEPAL à Unisinos

Para a FEPAL, a ação contra Beaklini é uma “ação furiosa com que setores pró-Israel buscam criminalizar atores sociais, políticos, acadêmicos e profissionais dos meios de comunicação, no Brasil e no mundo, apenas por estes noticiarem os crimes de lesa-humanidade promovidos por Israel contra o povo palestino, dentre os quais os de limpeza étnica e de Apartheid”.

Rebatendo os argumentos da StandWithUs, a carta da FEPAL lembra que “criticar o nazismo e seus crimes não importa em criminalizar todo o povo alemão, ontem ou hoje, bem como não significa demonizar a Alemanha como nação e povo, negando-lhe o direito à autodeterminação” e que, pela mesma lógica, “criticar o sionismo não significa antijudaísmo, negação de direitos nacionais ou defesa do fim de Israel”.

A Carta da FEPAL é finalizada com um pedido à UNISINOS: “não sucumba aos chantagistas, pois ceder a eles é colaborar com a legitimação de suas ações, que têm por mister ocultar os crimes de lesa-humanidade na Palestina”.

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